Li até a página 100 e... - 2° Edição

Li ate a pagina 100 - ELEC

Feliz por nada




 Feliz por nada - Martha Medeiros






Primeira frase da página 100:
"Algumas crianças são criadas por empregadas, ou seja, são terceirizadas e depois o psiquiatra que junte os cacos."

Do que se trata o livro?
É com toda a singeleza e olhar arguto para o cotiano que Martha Medeiros nos ilumina com algumas das questões mais urgentes da nossa vida. Nesta obra com mais de oitenta crônicas, a autora aborda temas muito diversos e ao mesmo tempo muito próximos de nós, leitores. É incrível o dom que Martha tem de aproximar assuntos que as vezes passam despercebidos, como a família, o amor e amizade, e criar lugares de reconhecimento para o leitor, como um abraço pode ser mais do que aparenta ser, dos romances antigos e novos, da mulher, do amor que a vida traz, de cineastras e astros imortais, do que a vida oferece e muitas vezes nós deixamos passar. "Feliz por Nada", afirma Martha Medeiros, é fazer opção por uma vida conscientemente vivida, mais leve, mas nem por isso menos visceral, afinal, "muito melhor é ser feliz por nada".

O que está achando até agora?
"Feliz por nada" nos apresenta crônicas maravilhosas, não tem nenhuma a qual eu posso dizer que não gostei. A escrita de Martha Medeiros é até invejável e seus textos são maravilhosos. Alguns me fizeram pensar "Caramba! Super verdade! Como eu ainda não havia pensado nisso dessa forma?". Os textos são tão singelos e simples que é impossível não amar muitos ou todos.

Melhor quote até agora:
"E agora está você aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada um amor idealizado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego. Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia solicitado, mas a vida, que é péssima em atender pedidos, lhe trouxe esse e conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia que nem lhe pertence. Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela internet, que esbarrou em você no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso, olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja, como quem diz: ah, este me serviu direitinho!"

 Vai continuar lendo?
Claro! Impossível você não querer ler todas as crônicas depois da primeira que ler.

Última frase da página:
"E se transformará num adulto bem resolvido, porque a lembrança da infância terá deixado nela a dimensão da importância que ela tem."

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