[Resenha] O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro

Título: O Meu Pé de Laranja Lima
Autor (a): José Mauro de Vasconselos
Editora: Melhoramentos
Páginas: 189
ISBN:  9788506062531
Classificação:  
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Na obra juvenil mais conhecida de José Mauro, a pobreza, a solidão e o desajuste social vistos pelos olhos ingênuos de uma criança de seis anos. Nascido em uma família pobre e numerosa, Zezé é um menino especial, que envolve o leitor ao revelar seus sonhos e desejos, por meio de conversas com o seu pé de laranja lima, encontrando na fantasia a alegria de viver. 
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A Trama é narrada por Zézé, um garoto de cinco anos, e como diz logo na primeira página, o livro se trata da “história de um mininozinho que um dia descobriu a dor...”. Zézé é de uma família pobre, numerosa e de pai desempregado. Vive aprontando na vizinhança em que mora e por isso é conhecido por todos como “o travesso”, mas além disso, ele também é um menino inteligente e imaginativo.

Com suas travessuras Zézé sempre acabava apanhando muito e todos sempre lhe diziam que ele não prestava e que era afilhado do diabo, e ele acabava acreditando e, para se refugiar da vida sofrida, ele começa uma amizade imaginária com o seu pé de laranja lima, que ficava no quintal de sua casa, e foi batizado pelo próprio menino de Minguinho/Xururuca. Contudo ele consegue fazer outras amizades, entre elas a de um português o qual ele chama carinhosamente de Portuga.
- Mas ele me bateu tanto, tanto, Portuga. Não faz mal...
Funguei compridamente. 
– Não faz mal, eu vou matar ele.
- Que é isso menino, matares teu pai?
- Vou sim. Eu já até que comecei. Matar não quer dizer a gente pegar revolver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.

Durante a narrativa nos deparamos com alguns momentos alegres, tristes e irônicos na vida do menino, e o que mais chama atenção é a postura dele no decorrer da história: de um menino cheio de sonhos que vai conhecendo a dor e constatando que viver é ir perdendo a inocência e os sonhos infantis. E, com isso, Zézé vai perdendo a inocência e deixando de ver as coisas como antes via.
Agora sabia mesmo o que era a dor. Dor não era apanhar de desmaiar. Não era cortar o pé com caco de vidro e levar pontos na farmácia. Dor era aquilo, que doía o coração todinho, que a gente tinha que morrer com ela, sem poder contar para ninguém o segredo. Dor que dava desânimo nos braços, na cabeça, até na vontade de virar a cabeça no travesseiro
O livro apresenta uma linguagem simples e de fácil compreensão, cada página nos cativa mais, devido às simples colocação e uso das palavras. Como o próprio autor, José Mauro de Vasconcelos dizia “O que atrai meu público deve ser a minha simplicidade, o que eu acho que seja simplicidade. Os meus personagens falam linguagem regional”. Tamanha é a beleza e o encanto dessa obra que deixo a dica dessa leitura para todos, afinal, brasileiro, deve ler, também, brasileiro. 

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