Resenha: A canção de Aquiles, de Madeline Miller

Título: A canção de Aquiles

Autor (a): Madeline Miller

Editora: Jangada

Páginas: 392

ISBN: 9788564850330

Classificação: 

A Canção de Aquiles - Baseada na Ilíada, esta obra é uma reconstituição da épica Guerra de Troia. O tímido príncipe Pátroclo é exilado no reino de Fítia, onde cresce à sombra do rei Peleu e de seu extraordinário filho, Aquiles. Apesar de suas diferenças, os meninos logo se tornam companheiros inseparáveis. Os laços entre eles se aprofundam à medida que se tornam adolescentes e hábeis nas artes da guerra e da medicina – para desagrado e irritação da mãe de Aquiles, Tétis, uma cruel deusa marinha que odeia os mortais. Quando se espalha a notícia de que Helena de Esparta foi raptada, os homens da Grécia, ligados por um juramento de sangue, têm de partir para invadir Troia e salvar Helena. Seduzido pela promessa de um destino glorioso, Aquiles junta-se à causa. Pátroclo, dividido entre o afeto e o temor por seu amigo, acompanha-o. Mal sabem eles que os deuses do destino os colocarão à prova como nunca antes, exigindo deles um terrível sacrifício.

A canção de Aquiles conta a história dos melhores amigos Pátroclo e Aquiles, personagens principais da obra homérica, A Ilíada.  No entanto, diferentemente do poema grego, A canção de Aquiles é narrado por Pátroclo.

O livro escrito por Madeline Miller narra a vida do príncipe Pátroclo, que, aos dez anos de idade, foi deserdado por seu pai e obrigado a viver com o rei Peleu e seu filho Aquiles. Aquiles era um prodígio, semideus filho da deusa Tétis, ele tinha tudo para ser o melhor herói que a Grécia já conheceu. O garoto era bonito, rápido, bom lutador e tinha uma linda voz, enquanto  Pátroclo não passava de um garoto tímido e magricela, porém, apesar das diferenças, os dois se tornaram amigos e com o tempo os laços que criaram entre si se tornam inquebráveis.

Anos se passaram e Helena de Esparta foi raptada por Páris, príncipe troiano, começando assim a Guerra de Troia. Os homens gregos, ligados por um juramento de sangue, são obrigados a se juntar ao exército de sua nação e partir em direção à Troia para salvar Helena. Aquiles junta-se a causa, vislumbrando um futuro glorioso. Mas uma guerra é longa, e muitas coisas podem acontecer.

O livro de Miller é nada menos que fantástico. Com uma linguagem atemporal, ela resgata os personagens antigos e lhes dão nova vida, principalmente a Pátroclo, que na obra de Homero era visto como um personagem secundário.

Os diálogos são bem construídos e a obra é cheia de metáforas, que deixam a leitura leve, mas ao mesmo tempo carregada de sentimentos. São inúmeros os trechos que merecem ser grifados. Além disso, A canção de Aquiles retrata a mitologia e as lendas que rondam a vida dos personagens de uma forma fiel e espetacular, de um jeito que deixaria Homero orgulhoso caso pudesse ler a obra.

No entanto, não pensem que este é um livro sobre guerra. A história é sobre os personagens e sobre como certas situações mudam uma pessoa, mas, acima de tudo, é uma história de amor entre Aquiles e Pátroclo. O livro fala sobre o amor e sobre decisões que precisam ser tomadas em nome dele e sobre os riscos que se correm pelas pessoas amadas.

Além de tudo, os personagens são fascinantes. Pátroclo, que começou como um garotinho tímido cresce e evolui de forma palpável; Aquiles, ao mesmo tempo doce e forte, mostra o quanto o orgulho de uma pessoa pode mudà-la; Odisseu tem sua astúcia; Briseida tem uma doçura que em nada diminui sua força, etc.

Enfim, o livro é nada menos que leitura obrigatória a todos, independentemente de ter lido A Ilíada ou não: o livro de Miller é suficientemente autoexplicativo e muito bem construído.