Resenha: Cidades de Papel, de John Green

Cidades de PapelTítulo: Cidades de Papel
Autor (a): John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 368
ISBN: 9788501099518
Classificação: 


O adolescente Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sio outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo tornou-se um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava conhecer.
“Cidades de Papel” é mais uma trama que é resultado da receita infalível de John Green.

Em “Cidades de Papel”, nós conhecemos Quentin Jacobsen, ou simplesmente Q. Durante a sua infância, ele passou a maior parte do tempo com sua amiga e vizinha Margo Roth Spiegelman, até que em um dia brincando no parque, os dois encontram o cadáver de um homem. Passado todo o pavor da situação, Margo decide investigar quem era o homem e o que ocasionou a morte dele.

Durante a adolescência, suas vidas tomaram rumos bem diferentes, Margo se tornou a garota incrívelmente-linda-e-popular da escola, enquanto Quentin virou o garoto nerd e com poucos amigos.  Porém, durante todo esse tempo distantes um do outro, Q nunca deixou de nutrir um sentimento puro e verdadeiro por Margo.

Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar um prêmio nobel, nem ter um câncer terminal de ouvido. Mas, se você levar em conta todos os eventos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá acontecer a cada um de nós. Eu poderia ter presenciado uma chuva de sapos. Poderia ter me casado com a rainha da Inglaterra ou sobrevivido meses à deriva no mar. Mas meu milagre foi o seguinte: de todas as casa em todos os condados da Flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman. 
Até que em uma noite Margo entra pela janela do quarto de Quentin e o chama para ajudá-la em um plano mirabolante de vingança contra os outros, que de certa forma, a traíram. Meio relutante ele decide acompanhar Margo nessa aventura.

Assim que a noite termina, Quentin chega na escola no dia seguinte acreditando que o relacionamento entre eles dois iria mudar, mas ele descobre que Mago Roth Spiegelman desapareceu e deixou apenas algumas pistas que só Quentin poderia entender, então o garoto começa uma obsessiva jornada em busca de Margo.

E foi exatamente essa obsessão de Q em encontrar Margo que deixou a trama um pouco a desejar. A forma como ele deixou a sua vida completamente de lado para partir numa busca pareceu forçado, o que me incomodou um pouco.  Entretanto a aventura da busca compensa e o leitor se diverte muito acompanhando Q e seus amigos.

Apesar de Q e Margo serem os protagonistas, os melhores amigos de Quentin, Ben e Radar, roubaram a história. Eles são um dos personagens secundários mais “protagonistas” que eu já conheci e são fantásticos. Os diálogos dos dois durante a trama, na maioria das vezes, são super engraçados e divertidos.

E como não poderia deixar de ser, John Green escreve de uma forma deliciosa uma história que entretém, mas que vai um pouco além disso. Com seu jeito filosófico, o autor nos faz refletir sobre aspectos da nossa vida, o que é incrível.

-Quanto mais eu trabalho, mais eu percebo que os seres humanos carecem de bons espelhos. É muito difícil para qualquer um mostrar a nós como somos de fato, e é muito difícil para nós mostrarmos aos outros o que sentimos.  -Que lindo - disse minha mãe. Eu gostava que eles gostassem um do outro. - Mas será que isso não é porque, em algum nível fundamental, achamos difícil entender que o outro também é um ser humano tal como nós? Ou nós os idealizamos como deuses ou os dispensamos como animais.
A leitura é super recomendada para quem adora o John Green e para aqueles que querem embarcar numa aventura com Quentin e seus amigos e conhecer as Cidades de Papel. 

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