Resenha: Como dizer adeus em robô, de Natalie Standiford

Título: Como dizer adeus em robô
Autor (a): Natalie Standiford

Editora: Galera Record

Páginas: 344

ISBN:  9788501091024

Classificação: 

Com um toque melancólico, o livro conta a singular ligação entre Bea e Jonah. Eles ajudam um ao outro. E magoam um ao outro. Se rejeitam e se aproximam. Não é romance, exatamente mas é definitivamente amor. E significa mais para eles do que qualquer um dos dois consegue compreender... Uma amizade que vem de conversas comprometidas com a verdade, segredos partilhados, jogadas ousadas e telefonemas furtivos para o mesmo programa noturno de rádio, fértil em teorias de conspiração. Para todos que algum dia entraram no maravilhoso, traiçoeiro, ardente e significativo mundo de uma amizade verdadeira, do amor visceral, Como dizer adeus em robô vai ressoar profunda e duradouramente.

“Como dizer adeus em robô” de Natalie Standiford é uma história que emociona o leitor e surpreende com uma narrativa, além de tudo, bem original e que possui um quê de poético.

A protagonista é Beatrice Szabo, uma adolescente que já está acostumada de mudar de uma cidade para outra, uma conseqüência do trabalho do pai dela que está sempre procurando uma escola melhor para ensinar. O relacionamento com sua família chegou a um ponto que nem ela mesma consegue compreender o que está de fato acontecendo; Sua mãe acredita que, por ser tão introvertida, Bea já não sinta mais nada, sendo quase uma garota robô.

Na nova escola, o alfabeto coloca Bea lado a lado de Jonah, o garoto Fantasma. Um jovem que prefere passar despercebido em qualquer ambiente. Não tem amigos e não se socializa. Esse fato é conseqüência de uma trágica perda no passado que faz com que ele não queira se ligar emocionalmente com alguém. Ele se sente vazio, sozinho e quer continuar assim.

Bea e Jonah são duas pessoas diferentes, mas que começam uma amizade que faz com que eles não caiam na loucura da própria solidão, já que ambos pensam as mesmas coisas, e conseguem despertar um no outro sentimentos que nem mesmo eles conheciam. Juntos, eles vão explorar um mundo totalmente diferente e encontrar a felicidade à maneira deles.

“Como dizer adeus em robô” é um livro que clama para ser livro e que faz com que o leitor esteja ansioso para o desfecho, mas, ao mesmo tempo, espera que esse momento tarde a chegar. É um romance bastante diferente daqueles que muitos de nós estamos acostumados. É um livro para ser sentido como um todo. E ao final, ele passa para o leitor uma mensagem significativa.

É fantástica a forma como Natalie Standiford conduz o enredo para que o leitor deixe o romance como plano de fundo de uma história bem mais profunda e sincera. E a construção das personagens é o que encanta em Como dizer adeus em robô. A relação que se cria entre os protagonistas é tamanha que, aos poucos, você penetra na carcaça de cada um e cria uma empatia tão grande que dá para entender o motivo dos dois quererem fugir da realidade, tentando serem fortes apoiando-se um no outro para enfrentá-la e usando artifícios externos, como o programa de rádio The Night Lights, onde conhecemos algumas das personagens secundárias que também são impressionantes.

A narrativa é melancólica, mas que é delicioso de ler. Além disso, é incrível a forma como a autora sabia exatamente aonde desejaria chegar desde o começo. As verdadeiras intenções de uma das personagens dão as pistas de como será o desfecho, mas só entendemos quando as coisas acontecem.

Como dizer adeus em robô é um romance delicioso de se ler, mas volto a dizer que é algo diferente. Que infelizmente eu e muitos leitores que já leram a obra não conseguimos definir.